
Em workshops sobre direcionadores estratégicos – missão, visão e valores – invariavelmente surge a pergunta: Propósito e missão são sinônimos? Há quem defenda a equivalência, enquanto outros veem distinções cruciais.
Para desmistificar essa questão, embarquemos em uma jornada pela história da estratégia, que floresceu nos campos de batalha da Grécia Antiga. A palavra "estratégia" evoca a "arte do general", a essência da liderança militar.
Séculos antes de gurus corporativos, Sun Tzu, general chinês de 500 a.C., já destilava a sabedoria estratégica em "A Arte da Guerra". Essa obra continua a inspirar líderes e organizações em todo o mundo.
Na Grécia Antiga, o propósito do general era cristalino:
“Perpetuar a hegemonia da Grécia, criando estratégias eficazes para cada missão.”
Note que, independentemente da missão, o propósito permanece constante, definindo a razão de ser do general. Qual o papel de um líder militar? O que estaria em risco sem sua presença? O propósito responde a essas questões fundamentais.
O propósito é a nossa bússola, a fonte de motivação que impulsiona cada ação. Ele revela quem somos e como impactamos o mundo. A missão, por sua vez, é a resposta aos desafios que se apresentam, a forma como uma pessoa ou organização enfrenta os obstáculos do momento.
Exemplo:
“Conquistar o Egito para expandir o Império Grego e dominar o conhecimento científico.”
Observe a palavra-chave: missão. Ela se conecta diretamente à ação do general diante de um desafio específico. Em um cenário em constante transformação, a missão se adapta, evolui com as necessidades de cada batalha.
Após cada missão cumprida, novas demandas surgirão, moldadas pelas dinâmicas internas e externas ao Império Grego. Propósito e missão, portanto, são conceitos distintos, complementares. O propósito é a força motriz, a missão é o roteiro da jornada.
Em termos práticos: o propósito responde ao "Por quê?", enquanto a missão define o "O quê?" e o "Como?". O propósito é a essência, a missão é a ação que o manifesta.
Sua empresa declara ambos? Prioriza um em detrimento do outro? No mundo corporativo, não há fórmula mágica, apenas a estratégia que melhor se alinha à cultura e aos objetivos da organização.
E agora, qual direcionador estratégico sua empresa deve declarar?
A resposta reside na autenticidade. Se sua organização busca um norte duradouro, uma razão de ser que transcenda os desafios do dia a dia, declare seu propósito. Se a prioridade é definir ações claras e objetivos tangíveis para o presente, concentre-se na missão. O ideal, no entanto, é que ambos caminhem juntos, em sinergia, impulsionando o sucesso e a relevância da sua empresa no mercado.
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